ABUTRE

Data 10/02/2008 18:15:21 | Tópico: Sonetos

Paupérrimo laço que enreda pesadelos
Come a carne da esperança sem sal!
Medra a incerteza, pelo seu próprio espelho,
Ave maldita em seu ninho abissal...

Faz da arte sua maior riqueza...
Pois tão pobre, vive sem ardor,
Na perene ilusão de que é nobreza...

Pobre abutre, da emoção se findou!
Enlouquece o coração na vaidade;
Anjo algoz, que não gosta de si...

Derramando o sangue sem saudade
Vai ceifando a luz que Deus criou
Atirando nas retinas sem verdade
Mata a esmo, as faces do amor!


(Mesmo sem métrica e com tercetos inusitados, ainda o julgo um soneto)




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=29191