RIO SERGIPE

Data 26/04/2015 15:03:03 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Rio, adolescente acolheste adolescentes
a descobrir nas tuas águas a nudez das tuas águas
em mergulhos primaveris no teu leito cristalino.
Envelheceste, ó rio, com o passar dos anos
em rugas de lodo que serpenteiam a face da tuas vagas
e dejetos que alagam teu ventre.
Não que o tempo tenha sido senhor injusto,
néscio e frívolo foi o homem que em nome do progresso
enterrou no lodaçal da arrogância a tua história.

...Ainda olhas, ó rio, o sol e a lua que saboreiam
o espelho ofusco das tuas águas,
sentes, ainda, o singrar dos batéis à vela
no dorso das tuas ondas...empurra-os
com a brandura do presente -
não tanto com o vigor do pretérito,
gigante amortecido ou adormecido,
ao beirado onde insistentemente vais,
mas volves débil e plangente
nesta tua missão sacrossanta de ir e vir...



https://www.facebook.com/OlivSimoes


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=291996