Paixão
A serpente que em tua alma mora Não demora e no raiar da aurora Com o olhar me hipnotiza E tal um cego, embriagado Eu me entrego.
No emaranhado deste amor que me chamusca É este morno sentimento, que de morno Não tem nada e vai fervendo E as margens do meu corpo São teus olhos que me olham E me queimam.
E penetram em minha cabeça Não permitem que eu te esqueça E me obrigam a sorrir Para que eu não entristeça E dizem o que fazer o que usar, E aonde ir.
Ha. . .Sentimento louco que me tira O poder da decisão E transforma o concreto em abstrato O sensato em completo alucinado Que se perde nesta imensidão De desejos insanos, no desvario desta louca paixão.
Alexandre Montalvan
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