Raras vezes te enganas

Data 02/05/2015 22:08:39 | Tópico: Poemas

Não há mãos mais macias
nem olhar mais sublime
que o teu sobre o meu…

Quando me ajeitavas o vestido
me observavas da porta
pela fresta do postigo…

Olhavas… disfarçadamente
orgulhosamente, com a doçura
que nunca mente…

Nem mente,
mesmo quando ainda
agora, me dizes:
-Tem cuidado contigo!
-Vai calçar os chinelos, que o chão está frio!

Dizes num imperativo
que me alimenta o sorriso!

Outras vezes, ainda me avisas:
-Não confies, não gosto desse teu amigo (a)…

Ah! Mãe
e tão raras vezes te enganas,
quem melhor que tu
vê, para lá de mim
o que me faz bem!

Desculpa; se não te dou razão,
é a contradição de ser mãe;
é a rebelde ironia de ser filha,
que te diz, como resposta:
-Sabes o quando gosto de ti?
--Sabes…o quando ainda preciso de ti?

Minha mãe!


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