MÃE
Data 03/05/2015 20:13:46 | Tópico: Poemas
| MÃE Este desassossego, Estas mãos Estes acordes de guitarra triste Deambulando pelas pedras da calçada. Aquela mulher vazia Que sorria Aquela outra que de tanto ter sentido Mariposas loucas, Já nem sentia Este frio voraz… Esta chuva, esta lama!
Essa ilusão que nos consome em pleno inverno Esse sangue derramado de nós Essa brutal cegueira!
Este bailado meus senhores, Este bailado, Não é poesia!
São as portas do meu quarto de lágrimas. O olhar de uma criança Plantado no sorriso dos cravos do jardim, São o vértice da esperança arrancada à Raiz do pensamento.
E, aquela mulher que ainda sorria… E as portas que rangiam – por vezes ouviam-se acordes de guitarra triste enquanto eu crescia…
Éramos semente, fulgor de ternura em planície infinita, Talvez miseráveis, Talvez deuses em pleno apogeu e harmonia.
Não, meus caros senhores Deste bailado nada podeis saber! Não é um Tratado! Não se compra, não se vende. Nem sequer é poesia, Fantasia, ou ousadia!
Era somente aquela mulher que ainda sorria. Eu oferecia-lhe uma flor pela manhã A caminho da escola Numa das minhas primeiras agonias – essa sim, Era a minha fantasia. *A todas as Mães e a todos os filhos, um dia de celebração em Amor. C.M. *
© Célia Moura, in “Enquanto Sangram As Rosas…”
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