Mamã Terra
Data 05/05/2015 21:37:35 | Tópico: Poemas
| Deitado no teu regaço, Imagino-te sem oxigénio Nem estrelas no espaço, E prevejo tua perdição.
Dos homens desesperanço Sanidade do teu corpinho Que decai com acutiladiços Nas pracetas de convénios.
Das bocas fabris mirados ao céu Pela ingratidão de varões, Emergem trevas assassinas Que intoxicam teus pulmões.
Mamã terra, Estás a morrer aos poucos Por culpa de homens loucos Que fazem da nojenta civilização, Disfarça da massiva destruição Do teu frágil coração.
Deitado no teu debilitado regaço, Oiço lamento de beija-flores Que esvoaçam choramingando A morte das pétalas do jardim.
Despeitado pela loucura dos homens, Encosto-me ao teu arfante peito E vejo o adormecer do sol, Embalado pelas estrelas candentes. No teu regaço adormeci Sonhando com teu dia de mãe, Omitido no calendário lunar.
Adelino Gomes-nhaca
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