Não sou dono de nada - recitado-

Data 09/05/2015 10:46:34 | Tópico: Poemas



Oito meses... num relânpago
sentidos como eternos
suturados no meu âmago
naufrago deste Inferno.

O silêncio aterrador, o teu rosto, desertor e a minha cegueira de ti
exponênciam-me esta dor, tão surreal como a obra de Dali
Tentei cortar este tumor mas não há bisturi
que corte esta dor, em que me dilui e fundi!

De ti tive notícias enfim
e meu coração espatifou-se
ao ouvir uma parte apagada de mim
e deixar-me na alma um sabor agridoce

Porque o teu futuro distanciar-te-a inteira;
No espaço, no tempo e no sentimento, sem piedade...!
Mas cada centelha tua é no meu peito uma oliveira
que sobriverá Séculos, pela eternidade.

Não condeno quem queira prazeres da vida terrena
apesar de ser como ir ao cinema,
fazendo-nos crer que a vida é outra "cena"
mas, na verdade é como na palavra, um isolado morfema.

Por isso meu amor,desejo que tudo consigas:
Que ames quem te ame mais do que eu
que o resto da tua vida não seja meras cantigas
mas sim poesia, cantada em pleno apogeu.

Não ouvirás nunca este meu choro,
não saberás nunca deste meu desejo
nem que serás sempre o meu namoro
ou que nenhum outro amor eu almejo

Não sou dono de nada
nem da minha palavra ainda que desconhecida
Não o que aos deuses lhes agrada
mas, para mim, meu amor, és toda a minha vida!


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