
Visitando as Capelinhas
Data 10/05/2015 15:26:44 | Tópico: Poemas
| Visitando as Capelinhas
auto estrada fora vou de mansinho a poupar a gasosa num ritmo arreliante que minha onda mete velocidade qual praia distante e nesse mar inquieto sinto o vento na face a misturar-se contigo no meu sentimento enquanto viajo até ti meu jovem destino abram alas portagens infernos tragantes d’ euros poupados e muitas horas gastas em planeamentos
se devagar estou indo é apenas pela despesa sem lhe tirar a urgência que minha vida é feroz na bestialidade errante levo montando na mota o sentir em seu máximo ideias povoando a mente reclamam permanência que não autorizo a ficar pois que são tão diversas e eu mantenho prioridades
quase no final da viagem baixo a viseira do capacete ocultando lágrimas na cara incautas caindo aos pares,
na proximidade do local já mais serena eu abrando e paro na berma a pensar se quero mesmo te visitar porque depois é dificil partir e deixar-te onde pertences mas quero sim, e muito ficar perto de ti e falar-te ao ouvido sobre as angústias do meu viver sem ti diferente
e chego, desmonto e entro no palácio cheio de capelinhas um Novo Mundo para almas que já partiram fisicamente
aqui junto á tua capelinha falamos sempre cumplices tudo o que me atormenta e recebo suaves respostas que meus ouvidos ouvem demoradamente em tua voz lembrando o teu querido colo choro ainda a tua partida sempre, e cada vez mais sinto tanto a tua falta e só me resta esta pedra a falar comigo pelos céus de um Alentejo dormente
no campo as flores celebram a primavera em sua alegria rosmaninho, alecrim, alfazema e margaridas formam um tapete que ladeiam estas capelinhas e neste seu silêncio o sepulcro torna-se assim menos doloroso com toda a sua infíma beleza.
Minha Rosa, minha Mãe Amor da minha vida Que eu não quero perder ainda.
Courela da Pedreira, 08 de Maio de 2015 Montemor O Novo Eureka
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