épico da alma nua (II)

Data 24/05/2015 04:33:29 | Tópico: Poemas

tolos relógios que não voltam
tempo em estado bruto e eu tão pequena

o passar dos pedaços do que ainda não fui
como uma ópera encenada até o final
incidentais tocam o nada, morrem em mim.
hora por hora, olho por olho.

insolente quando sangra tardes nuas
tece indiferença feita do aço das sedas
debulha a alma nos calendários
afundando insultos no esquecimento

baixo, solene e cru beije-me então.
para que eu volte de vez para as asas
porque o tempo tem duas faces
entre o luto e as garras



Vania Lopez



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