PONTO DE PARTIDA

Data 25/05/2015 19:00:52 | Tópico: Poemas





Era-lhe o silêncio as asas
para as lonjuras
ao seu olhar
na inquietação
voejava abismos
fictícios
ensimesmada, divagante
tamanha a vontade
de migrar...



de sorte
ninguém a acompanhava porque ousava
metamorfosear-se
em cada entardecer
entardecente se fazia
pra se comprazer...



percorria pérvios caminhos e o caminho
era ela mesma
densa e virginal
esgueirava-se pela barranqueira
molhava os pés
na correnteza e se fazia rio
estuante que era transbordava
a cada vendaval...



ao abraçar as planicies
a vida lhes emprestava
e pra searas matinais renascia
renascida
se fazia semente
para germinar outra vez
seu ponto de partida...


Maria Lucia (Centelha Luminosa
)




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=293395