Fome do tempo

Data 27/05/2015 08:59:58 | Tópico: Prosas Poéticas

A Oeste segue-me deleitosa

e vigilante

a vida transbordando de assédios

segurando a tirania do tempo

que me vence,veloz

devastando qualquer rota

onde caminho inseguro

rumo à eternidade

em trilhas magnificas

de silêncios evocados num lamento

que nem mais me conforta


– A Sul perdi-me vigilante

de mim

inconformado, transgredindo

tuas alegrias que deixaste

em cacos

repentinamente arrumadas

no ócio do tempo

afligidas neste descanso

que embala a morte

no amor que desperta

tão infalível a Norte


– Era a fome do tempo

quebrantado

temido desde o dia

em que te fiz a corte

esfomeado,latindo intempestivamente

por juras

bem-aventuradas

consolando-me inexoravelmente

de versos vitoriosos

que deixei guardados

no refúgio intemporal onde

alíviamos a fé com palavras

confinadas ao amor que nos consome

assim…abruptamente


– Ouve minhas súplicas

enquando nos contentamos

sôfregos à luz

de mil sois emoldurados

na impaciência que desperta

meus desejos dramáticos

colorindo, os tempos

os dias

as euforias

que teimam celebrar ainda

com alegria virtuosa

a cadência repetitiva das tuas

geniais gargalhadas

minha progenitora que agora

despertas pra mim absoluta

atropelando-me de vida mais frondosa

quando nos resgatarmos

uma vez para sempre…sem mais litígios

nem impossíveis

apenas, tu e eu explodindo

numa rima de vida feliz e estrondosa

FC


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=293529