Anagogia
Data 28/05/2015 15:41:42 | Tópico: Poemas
| sempre entrego na noite a face pro vento percorrer.
ele se roça no tecido erógeno dos meus lábios arrancando-me suspiro espiralado que vai ao encontro do lóbulo tenro e translúcido de um anjo imaginado para ouvir apelos mundanos desassisados.
ronda-me, sinto-o sem aparente silhueta que me faça afundá-lo nos olhos, porém adeja-se abusivamente em seduzir outros sentidos.
como em transe alucinógeno sinto que suas asas fazem o ar dançar. com multidão de mãos traz à olfação perfume oriundo de algo comparável a rosa sândalo e mel
resvala-se, em mim e febril contorna o terreno onde templo; sua pele nua revela-se sedosa textura como que de maleável cetim
e,
intimamente sobrenatural e repentino, deita-me na madrugada. põe em fuga a realidade para tomar posse da minha fragilidade carnal
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