Ciúme, Meu Amor

Data 06/06/2015 06:50:30 | Tópico: Poemas -> Tristeza

Ciúme, Meu Amor

Meu corpo, em arquejo,
Torce-se nas correntes,
Da eterna suspeição,
E o ciúme me vergasta,
Cruel, por teu desejo,
Em delírios frementes,
Lavrando, como hasta,
Teu furor em almejo.

Vínculos roxos, sangrentos,
Sulcam, a minha alma, fundo,
Em acrescento, tormentos:
Teu sal, em meu ser imundo.

Meus lábios ressequidos,
Murmuram-te “meu amor”,
E só lhes ofertas teu sexo,
Pleno de néctar doce,
Dos orgasmos obtidos,
De paixão e de dor,
Fluídos jorram sem nexo,
Meu bálsamo, que fosse…

Mas ciúme, aguilhão,
Voraz, vivo, feroz,
Clama sangue irmão
E faz da paz algoz.

Meu olhar te suplica,
Que tua raiva serene,
E teu coração recorde,
Belas paixões de antanho.
Mas teu olhar me replica,
Que nosso ódio é perene,
Rogo, pesadelo que acorde
Deste sofrer tamanho…

Ali jazo, só, inerte…
Que a vil morte liberte
meu ser - o nada pedante,
de te sentir amante.

Lisboa, 06/06/2015



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