Partir pra não vegetar na miséria

Data 06/06/2015 18:45:27 | Tópico: Poemas

Cidadão
Encurralado pela miséria,
Vende alma às ilusões
E embarca no vento leste,
Pra vender seu saber
Longe da vida, que reflete
Nas sombras do existir vazio,
Da esperança mutilada
Pelo persistente infortúnio,
Que teima em não extinguir fome
Nos jejuados fogões,
Das famílias encurraladas
Pela galopante corrupção,
Que corrói frágeis economias,
Mealhadas pra manutenção
De quem a vida inteira labutou,
Pra preservar a velhice
Junto à pátria que o brotou
E não criou, pelo não dos corruptos
Que fazem malas aos cidadãos, às portas
Dos despedimentos abruptos
Nas empresas que fecham portas,
Ao mando de quem o povo entregou
Coordenadas, pra guiar a nação
Ao bom porto de abrigo
E não à emigração
Acicatada.

Adelino Gomes-nhaca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=294095