Cidadão Encurralado pela miséria, Vende alma às ilusões E embarca no vento leste, Pra vender seu saber Longe da vida, que reflete Nas sombras do existir vazio, Da esperança mutilada Pelo persistente infortúnio, Que teima em não extinguir fome Nos jejuados fogões, Das famílias encurraladas Pela galopante corrupção, Que corrói frágeis economias, Mealhadas pra manutenção De quem a vida inteira labutou, Pra preservar a velhice Junto à pátria que o brotou E não criou, pelo não dos corruptos Que fazem malas aos cidadãos, às portas Dos despedimentos abruptos Nas empresas que fecham portas, Ao mando de quem o povo entregou Coordenadas, pra guiar a nação Ao bom porto de abrigo E não à emigração Acicatada.
Adelino Gomes-nhaca
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