Desejos em Taça
Data 07/06/2015 08:18:46 | Tópico: Poemas -> Amor
| Desejos em Taça Deite-se em taça, de cristal de pé, vinho de boa cepa, vermelho de sangue. Esquente-se lento, num rodar seguro, mire-se o espelhado e olfacte-se a preceito.
Na borda comunguem duas bocas ávidas de si e prove-se misturando desejo. De seguida, beijem-se, com ardor de paixão, consagrando o amor, “quanto baste” a novo sorvo.
Apimente-se com toques de mãos Irrequietas a sensibilidade cálida de corpos gotejando suor. Sorvam-se outras gotas, com lábios entreabertos, sôfregos e embriagados, que se têm apenas unidos.
Esqueça-se a taça de cristal, de néctar meio consumido, contaminado de saliva a dois, no meio da mesa de apoio. Na manhã cansada, ao acordar, olhe-se a taça usada na noite, e suspirem-se ais de nus felizes em memória do amor consumado. Lisboa, 07/06/2015
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