PAZ

Data 08/07/2015 14:28:03 | Tópico: Sonetos

PAZ

Estrelas, através do véu da noite,
Parecem a furar como a um lençol.
São cativos que enfim livres do sol
Vêm luzir antes que outro céu se afoite...

Hoje, inobstante, nem sequer o açoite
Do vento nos pinheiros, ao arrebol,
Pôde então demover o rouxinol
De mais chilrear alhures entrenoite.

De facto, aquela era uma hora tranquila,
Na qual cada lembrança se perfila
Para ser revivida na memória.

E isso foi o mais perto que da paz,
N’uma apressada vida, eu fui capaz:
Pequeno, sob o céu aberto em glória.

Betim - 10 09 2014


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