PAUPÉRRIMOS

Data 28/07/2015 23:39:46 | Tópico: Sonetos

PAUPÉRRIMOS

Se nada me dás, muito pouco tens!
Quanto a mim, tudo o que tinha te dei...
E ainda assim vazia bem te sei
Toda oportuna vez que me vens.

Sei ser pródigo aquele cujos bens
Logo esbaldou, vivendo como um rei.
Eu, porém, tanto quanto esperdicei,
Pois tu, por infeliz, nada reténs.

Iguais, tua ambição e meu desejo.
Por insaciáveis têm nos impelido
Quão incansáveis têm nos destituído.

Nossa miséria é tal que nada vejo
Senão que ora somados somos menos:
Juntos, os dois tão pobres; tão pequenos! ...

Belo Horizonte – 21 12 2014


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