TROMBA D’ÁGUA

Data 27/07/2015 12:37:02 | Tópico: Sonetos

TROMBA D’ÁGUA

Anoitecia. Vento de escarcéu,
Chuva tamborilando no zinco...
Escurecera ainda antes das cinco
Com bigornas altíssimas no céu.

Saraivada em granizo qual tropel
Cujo afã bate o vidro, força o trinco:
À janela apresenta todo o afinco
Com que a Natura assombra o poviléu.

De facto, eram estrondos de dar medo,
Que reverberam ecos tão grotescos
Quanto os urros de seres gigantescos.

E tombam raios além sobre o penedo,
Rasgando o véu da noite tão profundo
Feito um verdadeiro fim-de-mundo.

Betim - 06 11 2014


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