 
  
    	as tuas mãos
    	Data 12/06/2015 19:48:54 | Tópico: Poemas
 
  |  A tua mão esquerda uni-se à minha. Logo atrás, passos carimbaram o percurso. Na areia. O nosso bailado.
  Ao pôr do sol. Há um imenso deslumbre dilatado no olhar cúmplice. 
  Ao longo da margem, o abandono da água canta.  Um infantil vaguear de espuma.
  No pentear do teu cabelo. No teu corpo imóvel. No irradiar da tua brancura. Esculpo a inocência. No encontro do encaixe das mãos, os trançados do pretérito.
  O regresso às joviais memórias.  Ao ondular tecido num fio de luz. Caminhos errantes e perenes abandonos. 
  Agora, dissolveste em mim. Num enamoro febril que a brisa vagarosa inscreve em nós. 
  Entre ruínas do tempo distante, a leveza da tua mão direita adoça-me o rosto e oferece-me a promessa de madrugadas alaranjadas.
 
 
 
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