O estardalhaço

Data 16/06/2015 02:19:39 | Tópico: Poemas

Abri os olhos e cerrei o punho
Vesti meu melhor suéter (era 21 de junho)
Asfalto molhado; ar e grama secos
O vento ecoava seus lamentos por entre os becos
De vestido amarelo e carne nua
Avistei você, divagando absorta pela rua
Rezando em febre a prece
Não há desgosto, morena, que lhe carece!
O frio à pele tormenta
Lábios carnudos debaixo da cor magenta
E meu senso, meu Cosmos, prevê
Suas pestanas em brasa, divagando o parecer
Mas enquanto o estardalhaço se afirma
Cê dança, cê brinca... cê me abisma!
Pois o coro revela-se animado
E com seus passos, sua dança, continuo abismado
Como pode, tão infeliz, dançar assim?
De repente, cê parou, cê me olhou e sorriu pra mim



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