SERTANIA

Data 18/06/2015 15:57:47 | Tópico: Sonetos

SERTANIA

Se o peito trago em vão desassossego
É porque sinto quanto não se sente.
Temo que jamais tenha novamente
Paz: Um lugar aonde nunca chego.

Perseguindo as pegadas d'outro cego
Ou reforçando os traços d'um demente,
Caminho junto a abismos, displicente,
E com suor jardins áridos eu rego.

Todavia, eis-me aqui: O explorador.
Em busca de improváveis eldorados
Pelos sertões agrestes, desolados...

Quando surpreendo o cacto-rosa em flor!
Paro e vejo: a gratuita epifania
De me haver paz na própria travessia.

Contagem - 20 09 2011



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