✿FALÁCIAS DE AÇAFRÃO ღ

Data 30/06/2015 12:12:11 | Tópico: Poemas -> Introspecção

A poesia caminha avança sobre
O calvário desfeita em nó
Maldito este círculo tão apertado
Perfumado de mortos
Oh morte que estiveste só
Por horas, dias, meses e anos
Cama de pés gelados
Braços esticados com mil demónios
Falácias brotam no sangue
Coração de renúncia e inquietação
Asas decepadas num sonho
Para impedir o voo no falatório
Excesso de vozes repetidas na alma
Na mente, no corpo doente
Vagam pelo espaço
Desfeito no tempo sugam o mel do feitiço
Sonhos de fogo coberto de sangue
Afrontando os nossos anjos
Na calada da noite, no próprio abandono
Sente-se as garras de dor o rufar dos tambores
Clamor de uma poesia feita de esquecimento
Oh ânsia que despertas o açafrão acorrentado
Geleia do nosso ouro.
Há sonhos
Que são impossíveis
De se lembrar

Isabel Morais Ribeiro Fonseca



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