pulsa o passado

Data 17/05/2016 12:38:23 | Tópico: Poemas


como confetes de outono,
chove-me a memória.

Chove das mãos erguidas dos meus pais,
as direções e as bençãos.

Chove-me as lágrimas
que pelas costas jorraram
quando fiz as partidas,
por desejar ser livre na vida.

Chove-me as sombras das alamedas e os
tropeços que dei nas avenidas.

Chove-me do primeiro amor, o beijo
plumoso nos lábios
carentes de experimentos.

Chove-me a promessa
da eternidade daquele sentimento.

Chove-me a decepção pela troca das cores
para o destaque das dores.

Chove-me a alegria dos sonhos
e a tristeza do repentino desvanecer.

Chove-me as lutas e os descansos,
as covardias pra re.amar e os
atrevimentos de querer
reter o tempo.

Chove-me inteiro passado
que o presente
banaliza gozos e dores
dos sentimentos.




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