Madrugadas Inversas
Data 01/07/2015 13:35:51 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Madrugadas Inversas Nas tuas madrugadas, quase auroras, e nas tuas noites escuras como breu, vergastadas pelo gélido vento norte, trepo ao monte e reclino o meu corpo no tronco duro de uma árvore despida perscrutando a tua cabana silenciosa.
As horas dolorosas de recordações desfilam até o raiar do dia enublado e os meus pensamentos voam céleres amargurando a tua eterna ausência.
Relembram os dias de sol afogueados de tanto corrermos para os braços um do outro; os beijos da doação de nossos corpos sempre enlaçados.
Mas as tempestades cercaram o desejo; ventos uivaram-nos ciosas danações, a chuva enregelou-nos no mais íntimo, os raios lançaram as sombras da dúvida. E partiste... Tomaste a tua liberdade, porque deste amor te sentias cativa.
E as minhas noites e madrugadas frias invertem-se das tuas, presas no infinito. A mente nega-se a emanar desejos e o meu corpo apático rasteja, febril, ao desejo de nada fazer, nada sentir, excepto meus olhos que te procuram. Lisboa, 30/06/2015.
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