Manhã Agreste
Data 01/07/2015 13:42:04 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Manhã Agreste Esta manhã, que treme de frio, Abraça-me sem sol que me aqueça, Forçando um vagaroso passo. Sobre folhas mortas por tapete, No jardim, nu de flores, que o rio Afaga em preguiça confessa, Numa terra e água em enleio, De quem tudo dá, tudo promete...
Que fria manhã esta minha amada, Húmida de desejo de Inverno, Que me beija tão possessiva E me nega pensamentos perdidos! Meu corpo estremece da geada, Sentado e passivo num eterno Abandono à manhã altiva De emoções e desejos cedidos.
Manhã agreste, deusa e amante, Do meu ser desvalido de amores Carnais, incapaz, seu semelhante, De sentir paixões, sorrisos e dores. Manhã duma alvura revestida, Noiva de mim, poeta caído, Doce amada, minha querida, Dou-te por beijo este gemido. Lisboa, 30/06/2015
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