Semente de Amor
Data 03/08/2015 08:58:09 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| Semente de Amor No meu jardim, és a flor, viçosa, de sol-cor, a que dei nome jasmim - - amor, mas, ai de mim, sedento de beleza, cerquei-a de vil avareza.
Minha!... Que feroz vento, ouvindo teu lamento, pétalas fez voar, lançando-as no mar, e só a haste desnuda recorda a morte muda.
- Ladrão! - gritei, eivado; e no chão duro prostrado, de mãos trémulas as afago, E as minhas lágrimas trago, numa fúria de demente, decepo o caule rente.
De ti, nem um ai dado... - Morta! - gritei em brado, e lanço-te no abandono por terra, caio em sono torturado e infesto de fantasmas e funesto,
Desperto, já sem luz, por toque, que seduz, em meus lábios cerrados, por beijos sussurrados. Uma pétala surgida do nada, tão sem vida...
Sobre ela, na minha mão, choram meus olhos, perdão. E o milagre, docemente, doa-me uma semente, da morte, ora triunfante, a dádiva de amante! Lisboa, 02/08/2015.
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