DOIS DE AGOSTO

Data 04/08/2015 17:25:31 | Tópico: Prosas Poéticas

DOIS DE AGOSTO

Aconteceu de novo: surtei...

Fizeram-me uma observação de que discordei;
Acusaram-me de omitir e mentir, de não ser confiável.

Mais uma vez, estava muito cansado e devendo dinheiro... Não pensei.

Ou melhor pensei com neurônios d'alguma região primitiva do cérebro: Reagi com violência como se violência houvesse sofrido.

E sofri mesmo, mas minha reação foi desproporcional e estúpida.

No afã de pôr fim à admoestação quebrei aparelhos...
Afinal, se o problema era a comunicação com este ou aquele, ninguém se comunicar comigo resolveria a questão.

Cego de raiva, fechei o mão para esmurrar objectos.

Isto durou minutos. A indignação, horas...

Não consegui conciliar o sono, sobressaltado com visões agressivas. Não durmi.

Levantei para o trabalho e sai sem mínima alegria. Sem nenhum drama, queria morrer. A vida era uma sucessão de insuportáveis e eu não aguentava mais.

Todavia, eu precisava consertar as coisas: Mais tarde, pedi desculpas por meus excessos e me reconheci um fraco, um fracasso...

Talvez seja apenas o que sou.

Betim - 2015



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