Consolo

Data 05/08/2015 01:20:58 | Tópico: Poemas

Mas eu não sei onde anda a filosofia
Nos dias atuais. Talvez tenha morrido
De um tiro no umbigo ou de inanição
Por opção pelo tempo efêmero perdido.

Talvez ainda esteja por aí, em papiros
Carcomidos e destroçados pelas traças
Que traçam nossos desgraçados caminhos
Desde o dia que deixamos nosso ninhos.

Também não sei onde anda a criança em mim
Há muito fugidia desde o dia em que eu nasci
E agora crescido, crescido, continuo o menino
Entretanto entre tantos outros adultos feridos.

Vago por vielas e avenidas, pelas praças e oficinas
E nada de encontrar a filosofia perdida num dia
Qualquer entre os beiços e os beijos de uma mulher
Cujo nome eu não sabia e nem sabia se existia.

Assim sendo vou levando minha viola na sacola
Minha cola, meus recortes de jornais sujos e velhos,
Minha coleção de borboletas, de anéis e escaravelhos,
Aguardando, quem sabe, a luz que me conduz e que me... Consola.






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