Perdão, Pai

Data 09/08/2015 20:59:37 | Tópico: Poemas

E eu que me deixei guiar pelos cinco cavalos
Dos meus sentidos; que não segurei as rédeas
Dos meus pensamentos; que fui simples passageiro
Do meu destino; que nunca consegui dizer-te não...

E eu que me encontrei em meio aos vales perdidos
Sem o facho luminoso que traz a Estrela-da-Manhã;
Eu que, tal qual Arjuna, defronte dos entes queridos,
Senti o meu arco deslizar no sangue que trazia nas mãos...

E eu que busquei por mim mesmo, sem nunca me encontrar,
Que almejei ser o primeiro, ser o senhor dos três reinos
Prometido. Logo eu, o filho de Prometeu, dos senhores do Egito.
Logo eu, o filho preferido e expulso do Paraíso do Milton e de Adão.

Não sei aonde anda o pouco do meu raciocínio e do meu juízo
Eu que não peço conselhos às lagartas dos países maravilhosos
Hoje somente olho para o vasto empíreo anilado e choro, choro
E imploro ao Ser cômico e cósmico que me conceda o... Perdão!



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