
Overdose
Data 13/08/2015 22:06:18 | Tópico: Poemas
| Chega a tardezinha com uma brisa boa. Lá longe se vê as aves de arribação Que chegam com britânica precisão Para repouso tranquilo naquela lagoa
Rodeado pelos coqueiros e pela taboa Que servem de abrigos e de alimentos. No empíreo um relâmpago corisca e reboa Nas nuvens obesas movidas pelos ventos.
A lua, medrosa, se esconde atrás do monte. Algumas aves noturnas ululam no arvoredo. Um gato manhoso se recolhe devido ao medo, Cauteloso fica a observar os raios no horizonte.
Entra a noite tristonha, chuvosa e sem estrelas. As gotas regem uma harmonia feia e repetitiva O poeta na sua escrivaninha arrisca uma missiva, Relata a metamorfose que realizam as borboletas.
Entretido entre tantas palavras chega à apoteose Num frenesi lúdico que por pouco não solta centelhas A chuva fininha lavando e tamborilando nas velhas telhas O conjunto da obra leva ao autor a uma deliciosa... Overdose!
|
|