Quando

Data 15/08/2015 16:56:18 | Tópico: Poemas -> Reflexão



Q U A N D O


Quando já não interiorizares naquele ritmo de outrora

Aquele vigor, aquele ímpeto que tudo arrasa e devora...

Quando a tua voz já não tiver aquele vigoroso urro

E soar desalentada num fraco e débil sussurro...

Quando tudo à tua volta for apenas solidão

Mesmo quando em são convívio com uma leda multidão...

Quando o pungente desespero vier bater à tua porta

E a vontade de lutar tombar vazia e morta...



Não desanimes ainda!

Faz um esforço... e a tua obra finda!



Quando no teu baço horizonte de horas não dormidas

Só achares nuvens densas... grandes... enegrecidas...

Quando as derrotas para ti já não motivarem vitórias

E nem te inspirarem já altos feitos, excelsas glórias...

Quando inexoravelmente se forem naufragando

Os pilares das vontades que ias afagando...

Quando for grande, nobre e justa a causa que defendes

E o mundo inteiro ajuizar que ela é falsa e que tu mentes...



Não desesperes ainda!

Faz mais um esforço... e a tua obra finda!



Quando o teu sono for apenas uma insónia disfarçada

E os teus sonhos pesadelos de uma vida destroçada...

Quando os mais fiéis amigos as costas te oferecerem

E todos os teus sonhos e desejos perecerem...

Quando sentires que a vida só é desenganos e dores

E que a sociedade em que vives é uma negação de valores...



Não sucumbas ainda!

Reúne um último esforço... e a tua obra finda!



E atenção! Nunca dês a luta por perdida;

Pondera; uma MULHER decidida

Ou um verdadeiro HOMEM

Não têm derrotas que os domem;

Eles lutam; e uma nova obra é definida,

Amadurece... toma corpo... ganha vida...

E outra... e mais outra... e outra ainda...

Numa sucessão que só a morte finda.



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