HORAS ESCURAS

Data 04/09/2015 00:52:05 | Tópico: Sonetos

HORAS ESCURAS

Assim como se aceita o tempo ruim
D’um dia a céu nublado e vento frio;
Como se aceita a dor, como o vazio
Da vida desprovida d’algum fim,

Aceito como parte ampla de mim
A tristeza e a beleza que desvio,
Tal-qual a lua, n’um lado sombrio
E oculto: Meu deserto e só confim...

Ora não, ora sim, contemplo o abismo
E paro à espera de outro cataclismo
Que precipite, enfim, a mim e o mundo.

Está próximo o fim? Pois que assim seja!
Mergulho o mar de mim sem que se veja
Aonde um fundo mais e mais profundo.

Betim - 10 07 2013



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