Poeta pensa, Nascem palavras Dóceis e afáveis, Que gotejam Lágrimas de tinta Nas curvas do tempo.
Palavras dóceis e afáveis Agrupadas em versos, Rimados ou soltos No branco do papel, Se vão alegrando almas, Se vão Juntando paixões Nos campos ou nas searas.
Palavras dóceis e afáveis, Da boca do malfazejo, Saem nuas e monstruosas Em busca do alvo fácil, Que sofre no inconformismo Quando silabas-bala Lhe atingem a personalidade.
Palavras são dóceis e afáveis Se forem ditas de coração, São ásperas e indóceis Se saem da boca nociva Emproadas e desmesuradas, Fulminam corações E tecem dor salpicada de ódio.
Antes de esvaziar palavras Da boca, Consulte lado amoroso Do seu coração.
Adelino Gomes-nhaca
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