
A CASA
Data 17/02/2008 02:10:27 | Tópico: Poemas
| <br />Victor Jerónimo Portugal/Brasil Era noite de inverno... Na serra a neve caía Muito lentamente Num embalo sereno Quais flocos alegres Esvoaçantes Não querendo chegar... Ao fim. Havia uma casa Onde a lareira... Crepitava Tentando aquecer... O frio A casa... Era enorme Com muitos quartos e salas Por onde o frio entrava Sem pedir licença. Tão fria era a casa Que a lareira gelava Nessa casa... Habitava um homem Muito só Em solidão Onde só o amor e... Carinho dessa casa Lhe amainava o coração. Nessa casa Onde a lareira... Crepitava Tentando aquecer... O frio Todas as noites... Com um frio espesso A solidão do homem amainava Pois ele tinha na sua frente A mulher Que tanto... Amava. Mas... Oh deuses dos deuses Ele não podia tocar-lhe Como se fosse Um suplício de Tântalo Sem a puder... Acariciar. Era assim nessa casa Onde a lareira... Crepitava Tentando aquecer... O frio A Primavera chegou... Com ela, as neves Transformaram-se, Em água. E criando caminhos Desceram alegremente Beijando a terra. A terra... Agradecendo Começou a dar os seus Frutos Transformando-se Numa alegria de cores... E sons. O Verão chegou... E com ele o amor. Frustração, ânsia, decepção Tristeza e... Solidão Tudo enfim Terminou. Naquela manhã... Serena De muita luz e cor Um anjo... Desceu dos céus e veio à terra Amar, e... Ter amor. Um encontro Um sorriso Um beijo Uma lágrima. E a solidão... Terminou!... Agora... Aquele homem E aquela mulher Vivem felizes No céu Que finalmente Encontraram. Na casa A lareira... Aqueceu.
Terra Lusíada, Antologia Poetica Internacional (2005) ISBN 85-905170-3-9
|
|