ANTAGÔNICO

Data 08/09/2015 10:33:14 | Tópico: Sonetos

ANTAGÔNICO

Os que amamos odiar pela berlinda
Seguem indiferentes a impropérios.
Observam, porém, com olhos mais sérios
Nossas misérias pela noite infinda.

Estamos só a ver, também e ainda,
Sua ascensão-e-queda em vãos impérios.
Enquanto se enchem amplos cemitérios
Onde a alma espera pela glória vinda.

Correm-nos pelos olhos tantas vidas,
Que, embora cheias de sortes insabidas,
Desejam justo àquelas que não têm.

Daí por tantos -- e há tanto! -- tanto horror:
Só sabe odiar quem, negado o amor,
Termina logo por se odiar também.

Betim - 05 05 2014


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