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 Sextina à LiberdadeData 17/02/2008 17:35:56 | Tópico: Poemas -> Desilusão
 
 |  | Foge-me a mim agora a curta vida Perdido num local que chamam escola,
 Foge o tempo diante destes olhos
 Sem tão pouco saber se vale a pena.
 E passam dias, passam de rotina
 De vil tristeza e fétida prisão.
 
 Será que alguém ergueu esta prisão
 Que tira à juventude o bom da vida,
 Presa aos toques diários da rotina?
 Que saudades da rua enquanto escola,
 De escrever numa lousa e com pena,
 De até ficar com lágrimas nos olhos.
 
 Proibidos, já não choram os olhos;
 Obrigados, entregam-se à prisão;
 Burocratizados, ninguém tem pena.
 Reino espartano, carrasco da vida,
 Que não deixas amar o templo escola
 Cego por não fugir desta rotina.
 
 Aulas, aulas, sem furos, vai, rotina,
 Não quero, já não quero, choram olhos.
 Estou farto, não quero mais a escola.
 Livrai as criancinhas da prisão
 Ó vós que não tivestes uma vida,
 E não sabeis agora o que é ter pena.
 
 Erguei-vos todos vós que amais a pena,
 Lutaremos assim contra a rotina,
 E gritemos, poetas, viva a vida.
 Que a escola seja vista de outros olhos,
 Que se abram os portões, que se abra a prisão
 E saudades todos tenham da escola.
 
 Liberdade, ministra desta escola;
 Erguida em Atenas, só, sem pena,
 Com Sócrates e sem qualquer prisão.
 Então aprender seria uma rotina
 E o saber seria o riso dos olhos,
 A vida uma escola a escola uma vida.
 
 
 Acordarei do sonho e tenho pena
 Que amanhã voltarei a esta rotina
 Melancólica da escola e da vida.
 
 
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