Mulher, inda que louca

Data 17/02/2008 18:00:44 | Tópico: Sonetos

Quando calmo nasce, é fraco o amor.
Sadio da febre que o rosto ilumina,
Sem sofrer do medo a energia e o furor
Em nada se imprime quando termina.

No pior vendaval que a tudo assola
É que se sente o existir do coração,
Não na ternura cinza da esmola
Que, por respeito, mata a paixão.

Que Deus me livre de amar assim
Com as mãos fechadas e muda a boca,
Fiel escrivã da renúncia de mim!

Quero é revoltar os mares do mundo,
Beber as tempestades do profundo
E me dizer mulher, inda que louca.




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