Amargas gotas do inevitável dilúvio

Data 28/08/2015 12:34:20 | Tópico: Poemas

Pobre e humilde me debato
Nas brumas da impossibilidade,
Rodeado da infelicidade
Que me bate ŕ porta da frente.

De frente ao fogăo congelado,
Puxo duma bandeja pejada de fome
E do nada, engano a fome
Que me aperta estômago esfomeado.

Lembro-me de infindáveis dias sem pitéu,
E se rompem dos meus turvos olhos
Amargas gotas do inevitável dilúvio,

Que inunda minha crestada face sem véu
E arruma minha ossada feita molho
Num macabro berço, pra fome dar alívio.

Adelino Gomes-nhaca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=298460