LUSCO-FUSCO

Data 04/09/2015 05:44:36 | Tópico: Sonetos

LUSCO-FUSCO

A partir da duodécima hora, quando
O sol por trás das serras vai se pondo
E ao crepúsculo zoa o marimbondo
Alegre porque o dia se acabando...

Então a passarada vejo em bando
N'uma algazarra vã a que respondo
A rir como se rir um luar redondo
Eu fizesse surgir enquanto ando.

Talvez desencontrasse o extremo, aonde
Eu ia enmimesmado e só ainda,
Certo de que a alegria se me esconde.

Mas -- exacto por isso! -- fosse linda
Essa aura lilás por quanto me sonde,
Porque em melancolia o dia finda.

Betim - 03 09 2015


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