O valor do dinheiro
Data 11/09/2015 14:31:49 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| As aves mais conhecidas Que circulam no país São as garças e araras E também os colibris Mas só no final do mês É o que o povo diz
Alguém andando na rua Acha uma onça-pintada Recolhe ela do chão Deixa no bolso guardada Depois por cinco araras Ela pode ser trocada
O mico-leão-dourado Vale só duas araras Se voltar a inflação Com mercadorias caras Levar os bichos ao banco Será uma coisa rara
Dessa fauna diferente A tartaruga marinha Desaparece depressa Sempre que está sozinha No mercado é trocada Por um saco de farinha
Desses animais do mar O mais raro é a garoupa Esse peixe o cidadão Ou leva ao banco e poupa Ou esbanja o que tem Em uma peça de roupa
Quase todos povos tem Um sistema financeiro E vou escrever agora No estilo costumeiro Uns versos para falar Sobre o valor do dinheiro
Roubar é o ato perfeito Pra prejudicar alguém Ser amigo do alheio Não compensa a ninguém O mandamento reprova E a consciência também
Com bancos e joalherias Na mira do assaltante Anéis de ouro, dinheiro E colares de brilhante Vão parar em sua mão Se não houver o flagrante
Para prender o ladrão Confiamos na milícia Da força policial Mas surgiu uma notícia De uma soma roubada E pela própria polícia
Quando uma autoridade Tem lucro por intenção Abusa dos seus poderes Praticando a extorsão Desonrando o seu nome Se equipara ao ladrão
Tem o estelionatário Que engana qualquer um Oferece sociedade Sem prejuízo nenhum Enganar o ganancioso É o seu golpe comum
No processo eleitoral Sempre tem ladrão no meio Há quem só se candidata Pra ser amigo do alheio Entra na corrupção Pra sair de bolso cheio
Roubar é uma torpeza Não exclusiva do pobre Ao rico ganancioso Mesmo que o dinheiro sobre Ele faz a falcatrua Que um dia se descobre
Riqueza não é o mal Nisso não há discordância O problema é quando faz Aparecer a ganância Naquele que dá pra ela A mais alta importância
Pobreza não é desonra Pior é ser avarento Quem trabalha honestamente Pra garantir o sustento Diz a Palavra Sagrada É rico em contentamento
Das faltas de quem é pobre Tem uma que é estranha É quando pensa ser rico Gastando mais do que ganha E uma vez endividado Sua penúria é tamanha
E quando algum sujeito Esmola por precisão Mantém a dignidade Recusando ser ladrão É alvo da caridade Daquele que estende a mão
Exemplo de compaixão Foi um certo Nicolau E dizem que ela está Na origem do Natal Só que existe um erro Na tradição atual
Nicolau dava esmola Pra quem era mais carente Sempre no anonimato Distribuía o presente Era um homem exato E seu ato coerente
O Papai Noel de agora É piedoso por contrato Incentiva o consumismo Gostando do estrelato A criança milionária É seu freguês imediato
O filho do mais carente Na data nem é lembrado No festejo natalino O presente é trocado O pobre não participa Se sentindo desprezado
A pobreza é conseqüência Da má distribuição Se a honradez vencesse A ganância do barão Em qualquer lugar do mundo Ninguém ficava sem pão
O turismo espacial É a grande novidade Os ricos pagam fortunas Por sua excentricidade Enquanto muitos na terra Passam por necessidade
Quem da sua opulência For useiro e vezeiro Vai ser o dono do mundo Pela força do dinheiro Sem dar fé que é escravo Do sistema financeiro
Se alguns tem a fartura Pra muitos falta na mesa E essa defasagem mostra Que o tropeço da riqueza Pra quem busca é a cobiça Pra quem sobra é avareza
Das maneiras que existem De alguém ganhar dinheiro O jogo é o preferido Para dar lucro ligeiro E em vez da sorte grande O vício chega primeiro
Na Loto é permitido Fazer aquela fezinha Querendo mais emoção O sujeito perde a linha E aposta todo salário Em uma briga de rinha
Fulano joga no bingo Sicrano na loteria Beltrano joga no bicho Dizendo: - Hoje é meu dia! E vão se endividando Porque o jogo vicia
Onde grassa o dinheiro O erro tem amplitude Deixando imoralidade Transformada em virtude Culpado fica inocente Sem mudar de atitude
A melhor reflexão Com sentido mais profundo Descobri nesse ditado Que do povo é oriundo: Quem só dinheiro possui É o mais pobre do mundo
Quem faz o país crescer Digo e não peço segredo É o braço e o suor Daquele que acorda cedo Pra garantir o seu pão Ele trabalha sem medo
E de todo esse assunto Que aqui fiz um estudo Faço agora a conclusão Com rigor e conteúdo: O muito sem Deus é nada e o pouco com Deus é tudo!
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