Exercício nº 12 - O que vejo e acredito

Data 14/09/2015 00:48:59 | Tópico: Poemas

"... elejo o ensejo do desejo de um doce beijo.
Por mais que a todo custo não ser injusto tente ...”

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- Exercício nº 12 - O que vejo e acredito -



I.
Não queria ser passional,
arquétipo do fanático patético,
um cáustico entusiasta letal,
um partidário, maníaco sintético.
Às raias de admirador doente,
quando os olhos lacrimejo,
místico, pacífico ou demente,
suspirando por um só beijo
de fria parede de azulejo.

II.
Sabes que falhas admito,
num arpejo as antevejo.
Até confesso contrito
- com os olhos é que dardejo.
que acredito consternado
estar longe de ser perfeito.
Mas, me deixas tão aflito,
que por pouco esbravejo,
logo me agito e cogito
ver passar o final cortejo.


III.
Provando o fogo do teu beijo
em chamas então crepito.
Bafejo de hálito benfazejo
em torno de ti gravito
se preciso eu rastejo.
Em nada hesito, arrebatado,
vejo tudo escrito impetuoso,
o quesito irrestrito minorado,
ao teu redor levito ardoroso.


IV.
Impulsivo imito um proscrito,
entusiasmado imaginando o conflito,
para delimitar no infinito
as angustias que evito,
As melancolias despejo.
faccioso, às vezes até veemente,
elejo o ensejo do desejo de um doce beijo.
Por mais que a todo custo não ser injusto tente,
nem sempre antevejo alvíssaras que festejo.


V.
Nas conquistas que cotejo,
vejo um lampejo e sequer pestanejo;
fico mudo, não é tudo que planejo,
uma prece que acontece como almejo.
Por vanglórias, por vitórias é que pelejo,
tenho para elas um festejo
nunca uma cruz eu apedrejo

VI.
Qual bandeira meu peito drapejo
qualquer gracejo teu já festejo.
Às vezes envergonhado gaguejo,
ao teu lado, tua vida eu invejo

VII.
Um anelo malfazejo
então os olhos já marejo
sem pudor e nenhum pejo
impropérios eu praguejo.
Se não saiu como planejo,
os meus planos eu revejo
nesses mares eu velejo
seu amor eu reelejo.

13092015
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