No Silêncio das Arcadas
Data 17/09/2015 13:26:45 | Tópico: Sonetos
| Percorro ao frio os dias da Cidade, as ruas, os cansaços - até a morte -, tudo ao longe, bem fundo, é saudade que hora a hora no silêncio me consome.
Sou da noite porque o dia me fustiga sou da morte porque a vida me renega sou da terra porque o Céu nunca me abriga quero nada porque tudo não me chega.
E encontro no silêncio das arcadas uma longa e rebuscada curvatura, como as linhas de uma mão, perdidas e cansadas.
E como os arcos que passam pela Praça, enquanto dorme, quero muito à morte porque nela a vida dura, mas quero mais à vida porque é nela que se morre.
Ricardo Maria Louro Na Praça do Geraldo Em Évora
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