• só existe um mar

Data 19/09/2015 04:47:29 | Tópico: Poemas

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voltar ali onde a água escorre por todas as imagens
empilhadas de tão consumidas fuziladas
sim
a noite é sem regresso ou breve. Aparições

sós e nuas que se fecham lentamente como se
o próprio movimento destas musas cegas
afogadas na própria ânsia as afagasse de tão perdidas

só para que eu o soubesse. Emergem como
estações febris adoecendo a pouco e pouco pelo sítio
onde faltam
as fontes
as aves desconhecidas. Qual o interesse em saber
quem bateu à minha porta? Estreito o poço estreitas fendas do muro
que tudo separam

prometi-te a magnólia em desassossego sem um respirar por perto ou um sossego nenhures

sei
hora após hora das grutas fechadas em tuas mãos
não existe nem esplendor
nem corpo ou o pólen luzidio

do orgasmo enlouquecendo impiedosamente cada segundo.

Ressoam a distração das cousas e o trovão longínquo.

Sempre.


só existe um mar
o dos teus olhos à deriva no cais. Pudesse o instante
ficar suspenso invocando ausências extinguindo as memórias
ainda tão frescas


(Ricardo Pocinho)




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