Os dois amigos e o jaú
Data 21/09/2015 21:03:56 | Tópico: Poemas
| Ninguém era mais amigo do que o Zé e o Chicão Nunca tiveram na vida desavença ou discussão E se davam a fiança que se dá a um irmão
Amizade aqueles dois tinham desde a infância e só eles calculavam toda sua importância com a dor compartilhada e a saudade na distância
Mas um dia o Chicão fez ao Zé uma proposta de pescarem um jaú pra ser cortado em posta Na casa do seu amigo a idéia foi exposta
- Dou a linha e o anzol e até o minhocuçu O barco vou emprestar e a vara de bambu Tenho tudo que é preciso pra pescar esse jaú
O Zé se comprometeu em fazer a pescaria Um jaú de vinte quilos foi pescado nesse dia Mas por pouco tempo foi que durou sua alegria
O problema aconteceu na hora da divisão Começou uma disputa entre o Zé e o Chicão pra saber quem merecia levar o melhor quinhão
O Chicão falava ao Zé conforme seu argumento que a maior parte cabia ao dono do equipamento compensando o que gastou com o seu investimento
O Zé porém defendia toda a sua experiência dizendo que a pescaria era arte e ciência não podendo a ninguém ensinar a paciência
A partilha do jaú já estava nesse pé sem ter um ajustamento entre o Chicão e o Zé para a amizade ver o egoísmo dar a ré
Mas passava por ali um vizinho do Chicão que ia pra sua casa e ouvindo a discussão na hora se ofereceu para dar a solução
- Um jaú bem preparado minha esposa também gosta Se me derem um pedaço do peixe cortado em posta garanto que o problema vai ter a melhor resposta
Os amigos aceitando pra por um fim no dilema escutaram do vizinho a solução do problema pois enxergava de fora plenamente o sistema
- Primeiro digo ao Chicão desta lição não esqueça Pela pesca do jaú ao amigo agradeça Por ser o dono do barco vai ficar com a cabeça
Agora explicando ao Zé o dilema já acabo Para comer com arroz, ovo frito e quiabo por pescar esse jaú vai ficar é com o rabo
Eu fico com o restante que ao dilema dei um fim Encontrei os dois falando um em grego outro em latim E qual é a amizade que vai resistir assim?
Ninguém vai querer pra si amizade que não serve É a faca que não talha É chaleira que não ferve É viola sem as cordas É um poeta sem verve
E o vizinho cortando o peixe em cima da mesa saiu da presença deles que olhavam com surpresa mas deixando a solução do problema com certeza
E foi assim que os dois tanto Zé quanto Chicão reconhecendo seu erro aprenderam a lição que sem o seu egoísmo era outra a divisão
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