
Destino ou livre-arbítrio
Data 27/09/2015 19:54:32 | Tópico: Poemas
| Temo tecer um poema como costura De coser restos e retalhos com carinho Fazer em uma fazenda a abotoadura Depois arrematar pulsos e o colarinho.
Do mesmo modo temo um poema-pintura Onde eu traço o desenho no alvo linho Faço um misto da parte clara com a escura Para deixar o quadro terminado num cantinho.
Também temo um poema que seja música Onde busco as notas nas cordas ou nos teclados Ou quem sabe num oboé, numa lira grega rústica Temo fazer um poema que possa ser musicado.
Por isso faço um poema como eu faço um filho Com o mesmo gozo angelical que antecede ao escarro Tenho o mesmo prazer quando acendo o meu cigarro Pensando se sou livre como um carro ou se sigo um trilho...
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