ARCÁDIA ULTRAMARINA - locus amoenus

Data 06/10/2015 15:16:10 | Tópico: Sonetos

ARCÁDIA ULTRAMARINA - locus amoenus
para Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu

Chego a ver-te a Marília, bom Dirceu,
Folgando, esperançosa, n'estes campos
Gerais de mim... D’além sertões escampos.
Porque o amor d'ela fora já o meu.

Chego a ver ninfas cá onde estou eu
A brincar nuas com vãos pirilampos:
Seus seios tão alvos quanto figos lampos!
Algo que de teu tempo se perdeu...

Chego a ver, todavia, eu nada vejo,
Ou melhor, finjo ver ao ter a vista
Local ameno ao qual luz um lampejo.

O visto é fingimento teu de artista:
Vejo não o que vejo, mas desejo...
Finjo, para sem ver, ver-te a benquista.

Ouro Preto - 10 10 1995



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