Acidente

Data 19/10/2015 23:12:28 | Tópico: Textos -> Esperança

Nos tempos que correm todas nós nos deparamos com a estúpida luta contra o tempo, Cristina não foge à regra.
Com o marido do outro lado do mundo a milhas em terras de Àfrica, quis o destino que se obrigasse a continuar as suas lides com agregação familiar em forma de substituição do marido.

Quer ela quer os seu filhos continuavam a ter as necessidades básicas da pirâmide, quero eu com isto dizer que conceber as refeições, lavar e passar roupa, dar banho aos miudos, ir às compras, gerir as contas, limpar, cuidar e resolver a manutenção do castelo do qual ele a nomeara rainha no als (aeroporto de Lisboa), antes de partir.

Limpar o quintal tratar do jardim cuidar dos cães, isto entre ajudar os filhos nos trabalhos de casa e os obrigar a lavar o dentes.

Praticava desporto e levava os putos também. Cuidava dos carros revisões e encher depósitos.


(Parece fácil mas não é dificil) LOL

Sentiu-se mãe pai rainha esposa funcionária publica e mulher.

Nas horas vagas ainda cumpria com o seu horário normal de funcionária publica numa posição bastante exigente, onde continuar a trabalhar em casa era normal.
Até dar as aulas à noite teve de levar a filha com ela.

Levantava-se todos os dias às 5,30 e deitava-se quando desmaiava no chão ou no sofá rendida ao cansaço.

Miguel em terras de Àfrica estava em pressão constante ou pela politica ou pelo garoto que avistava de 13 anos de G3 na mão.


O trabalho não lhe dava tréguas e ainda dava ordens e exigências à sua rainha, que por sua vez cobrava com a mesma estupidez belo dia uma palvra acessa chegou ela encheu e a estribeira perdeu, ele no calor da frase continuou antes de desligar o telefone diz.

-Quero mais é que tu morras...

Cristina achou aquela atitude pouco normal no marido, sabia que ele também estava a sofrer uma enorme pressão. Quer de terras de Àfrica quer Lusas.

Meteu-se no carro já estava a sair tarde, trazia o filho mais velho mas tinha de correr para chegar a horas para apanhar a filha mais nova, que pelo avançar da hora cerca das 8 da noite já estava em casa da madrinha.

No carro disse Tiago a mãe não se sente bem por isso vou devagar...

Chegar a casa da comadre ela chegou, estava gelada branca e disse sinto-me mal não consigo mexer esta parte, Lénia lagartixa ajuda-me.... Não sinto esta parte e não me consiigo mexer...

Osquinha o que tens .... vieste assim a conduzir?

Valeu a resilência de uma mulher de armas e autodominío... outra tinha parado o carro e deixar-se vencer... nunca os meus filhos precisavam de mim.

Não me lembro de muito a luz o barulho e o estamos a perdê-la.......

Médicos hospitais e todos mais...

Os filhos dormiram em cima dela, não a largaram recorda-se de acordar aconchegada no filho mais velho o Tiago com a filha mais nova a Mariana, deitada na sua perna tipo cão, sentia o cabelito dela e a mãozita pequena aconchegar-lhe a face.


O mais velho disse Mãe então estás bem??? Acordas te.... aquela voz doce e meiga era o meu leãozinho a minha cria MÔR.

Tiago acende a luz filho ou abre uma janela.

Mãe é de dia as portadas estão abertas nos três pisos, queres que te leve ao quintal?

Tiago a mãe não vê um bói..

Mesmo doente não perdeu o sentido de humor, nem se apercebeu que estava na sua própria sala e que havia mais gente presente.

Ouvi o soluçar do choro da minha mãe, o meu pai que me agraciou então? Então estás aqui... (como de quem me quer dizer filha única não estou preparado para ires primeiro que eu ouviste e ainda me deixares de herança dois filhos para criar amo-te filha)...

Vindo de loucura de avião milhas andou

Princesa amo a tu.... senti o meu grandalhão a envolver-me com as aqueles enormes abraços.

Afinal ele não queria que eu morresse.

Uns dias vivi completamente dependente para tudo.

O meu corpo parou de um lado (acidente) e um aneurisma roubo-me a visão.

Quando fui operada e por milagre recuperei a visão fiquei afortunada, até o quintal sujo eu amei.

O meu carro onde nascem bonecas ou maquilhagens da mariana ou os livros ou a roupa do saco do treino do tiago, os chinelos no meio da parada no chão (coisas pequenas e inúteis, com as quais eu me passava hoje são meras futilidades da vida)

Mas aprendi a lição, hoje não trabalho debaixo de stress porque o trabalho não azeda.

Tenho é de ser feliz. Ajudar e fazer feliz todos os que de mim se aproximam.

Não me resta muito mais tempo pela minha pasagem terreste, mas deixo obra.

Sejam felizes

Um grande abraço

Ana Cristina Duarte














Rosas mas em vida

Hoje porque amanhã posso já não acordar, enquanto respirar todos os dias vou agraciar com umas letrinhas...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=300734