ESCRITOS NA PEDRA

Data 24/10/2015 14:04:51 | Tópico: Sonetos

ESCRITOS NA PEDRA

De tudo o que escrevi, deixo ao infinito
Um verso ao menos por ser entendido;
— Erroneamente lido e traduzido —
Alguma língua morta no granito...

No alto da penha, conte o que acredito
A quem interessar do meu tempo ido.
Ignore-se quem quer eu tenha sido,
Vendo apenas na pedra vago escrito.

E, milênios após, tais caracteres
Aventuras, amores e mulheres
De quem esteve ali em suas voltas

Contem d’esse só poeta d’antanho...
Cujo grafado — mesmo antigo e estranho —
Inspire novas vidas e revoltas!

Belo Horizonte – 10 10 2001



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