Soneto da boca pútrida - Último soneto encerrando minha participação neste Luso

Data 04/11/2015 00:15:16 | Tópico: Sonetos


“ — Oh! Virgílio, tu és aquela fonte
Donde em rio caudal brota a eloqüência?”
Falei, curvando vergonhoso a fronte. —
“Ó dos poetas lustre, honra, eminência!
Valham-me o longo estudo, o amor profundo
Com que em teu livro procurei ciência!”

A Divina Comédia – Inferno – Canto I






De tua boca, pútridas palavras soem como de lôbrega cisterna,
- posterga-as serem de ouro! De bico oco fluem para as alturas,
eles fenecerão lá – ao leu, no fluxo do silêncio, órfãs de luzerna,
confuso enunciado no espaço, espremidas serão em angusturas.

Como acatar verbo acintoso a partir d’um eunuco desertor-real,
guias letras como às cadelas ao seco tridente. Na escuridão podre,
nenhum a chamar de amigo estará vigiando-te a tumba memorial.
Oh! Anátema arquétipo do opróbrio! A mente a usas de pífio odre!

Quiçá no calor da refrega, face a opositor de nobreza que ignoras,
usar como ponta d’estrela cortando nuvens tua boca seria defeso;
ora obras lançador de gratuitas pechas, ó campeador de más horas.

No inferno, a Dante, Virgílio foi mais que o bussola, foi um amigo;
quaisquer palavras oferecidas a inominado, acoimá-las-ia surpreso;
que te reanime a varar o inferno e enxergar além do próprio umbigo.


Boa noite a todos, poetas e poetisas neste Luso Poemas. Ao ensejo do meu centésimo texto comunico a todos que este é o último texto que postarei.
Ocorre que Shen foi criado no ano de 2013, dentro de um contexto conturbado existente na época e com um objetivo determinado. Tal contexto felizmente foi relegado ao esquecimento com o que o objetivo desvaneceu-se. Ou seja, houve a perda de objbeto. Shen Noshsaum não tem mais razão de existir e muitos novos poetas sequer entendem seus textos e/ou por que escreve assim.
O segundo motivo, para mim é o mais grave. Shen perdeu a identidade com que foi criado. Quem acompanha seus poemas percebe que houve uma modificação no estilo o que pode ser sentido sensivelmente, a ponto de desfigurar a obra. Percebi isso quando fui chamado à atenção por um(a) poeta(isa) sobre uma eventual semelhança entre meus poemas e os de um outro poeta. Confesso que a principio fiquei indignado e até o(a) tratei sem todo o respeito devido pelo que me desculpo publicamente. A partir disso percebi - com um choque, confesso essa perda de identidade de que já falei. Ao comparar meus primeiros textos com os últimos percebo o quanto afastei-me do arcabouço inicial que norteava a existência de Shen.
Feitas estas considerações, um tanto longas, mas necessárias poste que há poetas e poetisas que apreciam meus escritos e merecem esclarecimentos ante minha súbita e duradoura desaparição.
Adeus, meus amigos e amigas.

" Cesse tudo o que a Musa antiga musa canta,
Que outro valor mais alto se levanta."

saio em paz, parto sem nenhum atrito
deixando com vocês um reflexo contrito.









fui












mesmo.............











pois..
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será para sempre..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................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mesmo....



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