Para aos poucos

Data 04/11/2015 14:08:18 | Tópico: Poemas



Mais um feriadão delicioso,
quatro dias de leseira,
contemplando o povo ocioso,
nesta crise passageira.

Entramos no possante,
eu, os piás e a Jurema,
para a praia sempre avante
esse era o meu sistema.

Um franguinho com farofa,
refrigerante, a cervejinha,
a maionese que quase mofa
no tuperware da vizinha.

Ainda na descida da serra,
Jurema disse dos receios:
_ “ Vê se desta vez não erra,
e cuidado com os freios”

Quando a descida começou,
lá na curva do laranja,
foi que a coisa desandou,
- até ali só dava canja.

O possante carregado,
foi ganhando velocidade,
na ladeira desengatado,
deixou Sampa na saudade.

Já prevendo o perigo,
Jurema gritava “pracarai” ,
cutucava meu umbigo,
rezando um “crendospai”.

Foi preciso minha intervenção,
para acalmar a filharada,
mais Jurema na locução,
- a coisa estava danada!

“- Jurema, nada tema,
que nós não somos loucos,
não tem nenhum problema
este carro para aos poucos.”



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